Percebe-se porque Viggo Mortensen leva o "Método" tão afincadamente a sério. Em The Road (ou a Estrada, como quiserem) nota-se que vale bem a pena e somos nós que usufruímos e somos contemplados por essa dedicação à tela por parte do actor. Por poucas palavras, é capaz de ser uma das grandes razões para se deslocar ao cinema para poder ver a adaptação de um vencedor do prémio Pulitzer, escrito por Cormack McCarthy.
A Estrada é um filme intenso, pesado e dramático. É também por si só muito parado, onde se contam poucos momentos de acção, o que na minha opinião também não fazem falta nenhuma, pois esse não é o objectivo e nem uma necessidade por parte da trama. O que ressalta desta fita são as emoções que transcendem da tela, da relação entre pai e filho e de um mundo (que não se sabe realmente o que se passou) à beira da destruição onde o ser humano faz de tudo com o simples intuíto de sobreviver, onde o viver é por si só uma tarefa já quase impossível.
Amor, medo, amizade e desconfiança perante alguém que faz parte da nossa própria raça fazem The Road ganhar vida perante um olhar sobre um mundo perdido, uma humanidade condenada a sobreviver como pode, sob fracos e esquecidos alicerces morais e dignos.
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