Nesta nova geração em que os videojogos se encontram, os pedidos, as vontades e os desejos dos jogadores mais casuais começam a mudar, perante aquilo, que há uns anos atrás era o convencional e o normal num jogo. O HD não é somente uma das principais e grandes reformas que as consolas nos trouxeram neste milénio. A acessibilidade fácil, prática e até gratuita fazem do jogar online, uma das principais forças e núcleos de atracção de novos e diferentes utilizadores ao mundo dos videojogos.
Não é necessário voltar muito atrás no tempo para comprovarmos que as companhias e produtoras estão também a verificar uma enchente de jogadores multiplayer. Considerado como um dos melhores jogos da década, Bioshock estreia-se em três plataformas como “o mundo enigmático de Rapture”. A sua história era envolvente, ambígua e o seu ambiente obscuro e arrepiante conseguia facilmente atrair qualquer amante dos videojogos. Apesar de tal sucesso, o que levou a produtora a pensar que Bioshock era um concorrente plausível e adequado para receber um modo multi-jogador? Bem, provavelmente nada. Mas isso não foi consideração possível para a companhia 2k, e não querendo fugir aos demais jogos que vinham a implementar os seus modos para vários jogadores, Bioshock 2 é hoje também, um feliz - ou então não - possuidor de um mundo online.
Olhemos igualmente para um dos maiores títulos da consola da Sony, Uncharted. Em 2007 sai o primeiro título da saga, Drake’s Fortune. O jogo contava apenas com um modo de jogo, o single-player. No entanto, em apenas 2 anos não foi preciso mudar muito para que a Naughty Dog rapidamente se apercebesse que os modos online estavam a ganhar altitude e a competirem quase de igual para igual para títulos que até lá, viviam dos seus plot’s imersivos e originais. E assim, em 2009, chega-nos um Among Thieves com um modo multiplayer, que mesmo não sendo original, se tornou viciante e imersivo. E neste aspecto a produtora de jogos célebres em gerações antigas como Jak & Dexter, rapidamente reformula-se e põe-se a par das novidades e da corrente que paira hoje nas consolas. Se na consola da Microsoft Gears of War vai fazendo das suas e atrai milhares de jogadores, Uncharted pegou na mesma fórmula e para os jogadores que nunca tinham experimentado qualquer videojogo da Epic encontraram aqui um escaparate aos imensos modos online somente preenchidos por FPS’s.
Embora a influência seja forte e sejam poucos aqueles que continuam a preferir uma boa dose de diálogos envolventes e de uma história capaz de arrepiar, encontramos no mercado ainda bons títulos que escapam a isso e que sobrevivem perante um mar cheio de ondas. Um grande e bom exemplo disso é o mais recente jogo da Bioware, Mass Efect. Continua a oferecer identidade, uma personalidade arrojada e parece conseguir escapar a qualquer influência de um modo online. E a pergunta que se solta é: “Será necessário?”. De certeza que não, bem como não era preciso por exemplo na saga Bioshock, mas no entanto, os tempos mudam, as suas vontades idem e as produtoras parecem não querer perder o comboio do sucesso por não terem aderido ao multiplayer. E assim resultam os fracos e inadaptados complementos online que vemos em muitos videojogos do de hoje.
Uma das principais causas destas mudanças podem muito bem surgir de conjecturadas sobre o sucesso de IP’s como Call of Duty ou até mais recentemente de Battlefield: Bad Company 2. Todos no mundo dos videojogos sabem que cada novo título de CoD é uma verdadeira avalanche de novidades e arranjos nos modos multiplayer e que é de isso que conseguem a sua elevada taxa de vendas no mercado.
No entanto, a pequena minoria que se vai mantendo fiel a um bom e orientado argumentado em detrimento de diversão para vários jogadores, pede algum discernimento às grandes produtoras, atendendo que não se faz um jogo somente do tamanho e da capacidade do seu online.
O Run & Gun de qualquer deathmatch pode ser divertido, mas nunca saberemos quando isso não começará a prejudicar e a desviar o olhar das produtoras dos seus single-players de modo a dar mais importância ao entretenimento em detrimento do fidedigno ou do completo e singular.
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