sábado, 29 de janeiro de 2011

A corrida aos Oscars















E já começou. Aliás, à já alguns meses que vamos presenciando as várias cerimónias de prémios que antecedem aquela que é considerada a mais importante entrega de prémios na categoria da sétima arte.

Como habitualmente tem acontecido nos últimos anos, tento chegar a esta altura com a maioria dos filmes vistos, nomeadamente aqueles que foram nomeados para a maioria dos prémios. Infelizmente, em alguns casos é difícil chegar a esse resultado, visto que as estreias de alguns dos nomeados só acontecem depois da cerimónia dos Oscars ter já sido realizada. Como o caso de True Grit (Indomável) e 127 Hours, que vão estrear só agora no final de fevereiro e não sei se os vou conseguir visionar antes da cerimónia se realizar. Mas não foi para isso que vim aqui escrever este texto.

De forma geral, concordei com a maioria dos nomeados nas suas categorias, tirando algumas faltas que continuo sem percebê-las. Apesar de não ter sido um fervoroso e incondicional adepto de Inception (A Origem) continuo a concordar que foi sem dúvida uma das grandes estreias que se fizeram nas telas no ano que passou. E deixar Christopher Nolan de fora dos nomeados para melhor realizador - pela segunda vez consecutiva? - é algo que não consigo entender. Inception não conseguiu manter as expectativas ao longo deste tempo todo e a sua estreia tão longe das entregas de prémios pode muito bem justificar esse esquecimento prematuro da fita. Por outro lado, não o considero tão grande como Black Swan (O Cisne Negro) ou The Social Network (A Rede Social), por exemplo. Mas não invalida uma boa realização de Nolan atrás das câmaras.

No departamento musical, sem dúvida que os Daft Punk fizeram um trabalho arrepiante em Tron e que mereciam uma nomeação para melhor banda-sonora.


As minhas escolhas estão ainda em aberto devido a não ter visto todos os filmes, mas aposto num The Social Network a melhor filme, realizador e argumento adaptado. Uma Natalie Portman seguríssima no Oscar por Black Swan, bem como Colin Firth. Christian Bale foi sem dúvida o melhor dos nomeados para melhor actor secundário. No departamento do argumento original, espero que não se suceda o mesmo que nos Globos de Ouro e que deixem o fantástico e agora sim, irrepreensível argumento de Nolan a ver navios. Ah, e sem dúvida que o melhor filme de animação é Toy Story 3.


Por isso, até dia 27 de Fevereiro, onde já saberemos todos os vencedores e se as nossas apostas estavam correctas.

domingo, 26 de dezembro de 2010

2010 em alguns minutos... (Parte II)

Titus Andronicus "The Monitor"

Épicos de energia em grandes doses, cheios de adrenalina. Nada demais, a não ser que isto tudo parece ter sido passado numa década onde a música era ainda feita com flautas.





MGMT "Congratulations"

Uma tarefa complicada a ser superada grandiosamente, com algumas das maravilhas desta década. Depois da festa e adolescência a borbulhar de um Oracular Spectacular, o consciente e o saber crescer musicalmente em Congratulations.




Deerhunter "Halcyon Digest"

Uma espécie de banda-sonora melancólica com uns toques de experimentalismo qb. Um óptimo disco para digerir em tempos que o frio aperta e só apetece estar no sofá por debaixo de uma manta. Nesse caso, Halcyon Digest é perfeito.




Beach House "Teen Dream"

Se não o melhor, um dos melhores de 2010. Os Beach House pegaram na fórmula de sucesso do primeiro trabalho e conseguiram dar-lhe ainda mais vida. Composições como "Zebra" são para mais tarde recordar como das melhores músicas do ano, bem como um trabalho irrepreensível a todos os níveis.



Broken Bells "The High Road"

Uma das grandes surpresas do ano. Uma parceria em que eu nunca teria posto as minhas mãos no fogo, mas depois deste primeiro registo a história já é outra. Claramente um sólido álbum, a mostrar mais uma vez o poderio que é Danger Mouse nas suas produções, conseguindo juntar o que melhor têm os The Shins numa mixórdia de nuances electro-pop.



E acaba assim mais um ano de grande e boa música. Infelizmente, mais que em anos anteriores, estive afastado dos novos lançamentos por isso a minha lista de discos que ouvi dcentemente neste ano foi reduzida. Ficaram por ouvir melhor registos dos Belle & Sebastian, The Walkman, James Blake, Wolf Parade, Maximum Balloon - pelo que ouvi deu para reparar que se tornou numa pequena desilusão.

Em caso especial está o novo álbum de Sufjan Stevens. De difícil audição admito que tem pelo meio algumas das pérolas do ano, mas estou longe de o ter entendido na sua perfeição, daí não o ter implementado nesta lista. E com isto, até para o ano e que 2011 traga mais boa música para todos os gostos.

2010 em alguns minutos...

Ok, lanço um desafio a mim mesmo: caracterizar tudo aquilo que ouvi este ano (que não foi assim muita coisa) e que mereça estar dentro de um grupo restrito de melhores álbuns de 2010 em apenas numa frase (tanto quanto possível). Em cada um deles vou tentar ser o mais rápido e eficaz possível. Não existe uma cronologia, apenas um grupo do que mais me interessou e cativou durante estes doze meses.


Kanye West "My Beautiful Dark Twisted Fantasy"

O álbum do Kanye West fez-me acreditar que a lírica do hip hop não vive só de uma imagem de marca, mas sim do conjugar de fantasias, estilos e vivências. O inovar prova mais uma vez ser a arma principal na mão de um artista como Kanye.




The National "High Violet"

Vêm depois de Boxer com uma prova de fogo, mesmo não tendo que provar nada a ninguém. Inferior nuns aspectos e superior a outros, mostra o interior da banda de uma maneira nunca antes feita. Seja ele sujo, cru ou límpido é sem dúvida para recordar como um dos registos mais marcantes de 2010.




Arcade Fire "The Suburbs"

É Arcade Fire! Nada caracteriza melhor The Suburbs senão dizer que é um disco feito para eles próprios, sem segundas intenções, projecções ou sonhos. Somente Arcade Fire.





Gil Scott-Heron "I'm NEw Here"

Passado décadas, um dos muitos fundadores do hip hop volta aos discos. Descobri luz e sol. Arrepiei-me e voltei a fazê-lo. Um álbum que não é nada mais do que memórias, referências a uma vida. Poesia em estado puro.



Perfume Genius "Learning"

Soltaram o minimalismo na sua forma mais original e o resultado é um piano à descoberta de libertação. Conseguiu!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

KINGS OF LEON - COME AROUND SUNDOWN


O último disco dos Kings of Leon foi uma desilusão, depois de vários trabalhos concisos e de enorme qualidade. Eram poucas as músicas que se aproveitavam de uma enchente comercial sem sucesso e de fraco nível. Esta era a prova de fogo: teriam os Kings of Leon voltado às boas memórias ou tinham-se finalmente vendido a uma indústria fortemente corrompida. A resposta não é fácil, mas o resultado é agradavelmente prometedor.
Encontramos um grupo de canções cheias de vida e energia prestes a ser libertada. Um rock ambiental bem conseguido e mais importante que isso tudo, cadências com cabeça, tronco e membros, que fazem sentido. Orelhudas mas sem chegar ao ponto de se tornarem cansativas demasiado rápido. Enigmáticas o suficiente para necessitarmos de algumas audições para as digerirmos. Em suma, tudo em Come Around Sundown está no meio-termo. Felizmente, voltaram ao bom caminho, de modo a conseguirem levantar-se desviar e de um caminho de pedra perigoso cada vez mais presente no seio da banda.

4/5

THE ARCADE FIRE - THE SUBURBS


Os The Arcade Fire são um dos melhores projectos, incluindo criatividade originalidade na composição e execução das suas músicas, letras e ambiências. Com dois álbuns dignos de títulos como melhores trabalhos da década, este novo álbum, The Suburbs é claramente um passo em frente. Torna-se complicado referir se é melhor ou pior que os anteriores, mas é sem dúvidas alguma, um disco cheio de vida. Nota-se a vontade de fazer um disco, que antes de agradar aos fãs agradasse a própria banda. Deixou-se de lado qualquer pretensiosismou ou ambição, apenas vontade e amor por fazer música à sua maneira. O resultado são músicas brilhantes como "The Suburbs", "Half Light II" ou "Month of May". Nunca se viu uns Arcade Fire tão descontraídos e prontos a desprenderem-se de qualquer pressão que lhes possam ter posto em cima dos ombros. E esta, foi a melhor maneira de o fazerem!

4/5