domingo, 7 de março de 2010

Call of Duty: Modern Warfare 2 (PS3)



O mote foi lançado quando a maioria dos jogadores, das três principais plataformas – PC, PS3 e XBOX360, se aperceberam que Call of Duty 4: Modern Warfare tinha na realidade um dos, senão o melhor modo multiplayer – ou pelo menos o mais viciante, que se encontrava no mercado. Era também na altura o mais jogado, principalmente na consola da Microsoft, durante muitos meses seguidos. O single-player, apesar de inferior e menos importante conseguia também em algumas situações tornar-se uma avalanche de emoções e em muitos casos ser totalmente recompensador em certas missões. No entanto, depois de um mais brando World At War, a Infinity Ward pegou mais uma vez nas rédeas e traz-nos a sequência, Modern Warfare 2 foi o maior lançamento do ano que passou.

Trouxe novidades, novos modos, melhoramentos e refinamentos em alguns aspectos em que o primeiro jogo oscilava. O single-player continua com uma longevidade curta, dentre 5-6 horas de jogo na dificuldade intermédia. As missões são variadas e é aqui que reside o maior problema da campanha individual de Modern Warfare 2: a disparidade entre missões. Enquanto umas conseguem pôr o nosso coração a palpitar devido a uma intensidade muito elevada, outras não passam de incumbências onde o simples objectivo é ir de ponto A a B, com pouca relevância para a história e sem notoriedade maior. Apesar disso o desafio é imenso se decidirmos avançar para um dificuldade como Veteran, onde vamos ser verdadeiramente testados pelas nossas capacidades.


No ecrã presenciamos uma enchente de acções, explosões, tiros e inimigos. Por um lado, transmite o que é estar em estado de guerra, mas por outro lado torna-se difícil compreender o que se passa à nossa volta, e que num preciso momento é apenas necessário correr e rezar para que cheguemos ao próximo checkpoint com vida. Esta atitude leva-nos possivelmente a perder algumas sequências importantes da acção in-game. A Infinity Ward esmerou-se em algumas sequências de jogo e principalmente nos ambientes e locais apresentados, como o caso das favelas no Rio de Janeiro – capaz de ser das missões mais explosivas de todo o jogo. Destaque também ele interessante para as falas em brasileiro que vamos ouvindo dos nossos inimigos.
Como foi supratranscrito, os campos de batalha estão detalhados cuidadosamente e recriados ao mais pequeno pormenor, de modo a parecerem o mais real possível. Concluímos assim que o aspecto gráfico do jogo foi melhorado para melhor em comparação com Modern Warfare. Desde as personagens aos cenários por onde passamos.



A jogabilidade do primeiro Call of Duty foi sempre muito elogiada. Trata-se de controlos simples e leves, onde os jogadores têm facilidade em habituar-se. Esta continua intacta para nosso bem, contribuindo cada vez mais para um fluir natural da acção de jogo, sem interrupções ou preocupações maiores. A IA dos nossos adversários foi também ela refinada, mas não atingindo ainda pontos de maior dificuldade, destreza, e neste caso, inteligência como se notou em outros FPS’s como Killzone, por exemplo. No campo do som, Call of Duty continua a melhorar, principalmente perante explosões, granadas e tiros.
Uma das grandes novidades por que a Infinity Ward ansiava mostrar era o novo modo Co-Op, onde vamos ter que realizar diversos objectivos, sozinhos ou com um amigo. Algo que alarga a longevidade do jogo em muitas horas e diversão. Por fim, depois de conhecermos todas as surpresas que a nova história tem para contar, de acabarmos todos os objectivos e ganharmos todas as estrelas do modo cooperativo, passamos finalmente para o que Call of Duty foi feito: o modo multiplayer.
Melhorado, alargado, continuadamente viciante e igualmente divertido. O modo para vários jogadores de Modern Warfare 2 é tudo isto, senão muito mais. E é por isso que o jogo vendeu o que vendeu. Cada vez mais nos dias de hoje os jogadores dão prioridade a jogos que primam por uma vertente online competente e sem falhas. E neste aspecto, Call of Duty: Modern Warfare 2 é quase certo.
Agora vamos passar muito mais horas agarrados a este modo de jogo. Temos mais Challenges para se completarem; um arsenal de armas mais vasto e um conjunto de perks sempre imprescindíveis prontos a serem experimentados; um grupo de mapas com proporções ideais; os já famosos modos de jogo; redobradas killstreaks que nos fazem querer chegar mais longe e um apoio de servidores dedicados bem mais competente que o anterior jogo da série. Tudo isto faz com que o Multiplayer da série se torne perto do perfeito.
Tem tudo aquilo que um jogador necessita: diversão, variedade, competência no que se prometeu a apresentar. Sem esquecer o que o passado melhor preservou e ofereceu, transformou-se no que o futuro mais gosta. Call of Duty torna o seu online num ponto a ser seguido por muitas outras empresas do género – e não só.


Modern Warfare 2 foi o jogo online do ano que passou. E para além do esplendor que apresentou nessa vertente, tentou ainda ganhar pontos num single-player explosivo e palpitante, apesar de algumas falhas. E assim, cá esperamos por mais um jogo da IW, apesar de ficarmos também impacientes por um verdadeiro melhoramento e empenho na vertente para um só jogador – mesmo que esse não seja nem o objectivo da produtora nem do videojogo em si. Não se inova, mas renova as suas fórmulas de sucesso mais intrínsecas de modo a oferecer o seu melhor trunfo: o online e toda a diversão que nele estão representados.

9/10

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