
Sujo. Ensanguentado. Atordoado. Confuso. Cambaleado. Estes são apenas alguns dos pequenos pormenores com que Nathan Drake – o nosso protagonista!, se encontra. A primeira cena de Uncharted 2: Among Thieves começa com Drake cheio de sangue, perdido no tempo, acordar dentro de um comboio que está literalmente a cair de um precipício. Mal começamos a olhar para o ecrã percebemos o porquê de a Naughty Dog ser, hoje em dia, uma companhia feita para o sucesso. A primeira passagem da cutscene inicial para o primeiro momento de interacção com o nosso herói fazem os nossos olhos brilhar. A acção em tempo real mal se consegue distinguir daquilo que é filme; os pormenores são quase ínfimos e a partir desta primeira instância real com o jogo, a esperança que esta seja para qualquer jogador a sua melhor experiência a nível de um videojogo está quase assegurada. Uncharted 2 veio trazer, não só a 2009 mas como a uma geração inteira, um marco irreversível de ponto de partida para o que qualquer um quer que o seu próximo título se pareça.
Depois de voltarmos a nós, de repormos forças, começamos uma série de movimentos onde Drake esforça-se a todo o custo para sair daquele beco sem saída. Aqui temos outro ponto importante – o meio ambiente de Among Thieves. Os cenários fazem parte da história, quer se queira quer não e neste segundo título viajamos por paisagens recriadas até ao mais exíguo detalhe que fazem dos ambientes em Uncharted 2 um meio envolvente em toda acção, de nos obrigar a parar mais que uma vez, entre tiros e covers, para um olhar mais atento aquilo que se passa à nossa volta.
Passamos um carril, saltamos para outro. Voltamos a escorregar e quase desaparecemos entre as nuvens, até que saltamos para o abismo e miraculosamente alcançamos terra firme. E depois, dá-se o primeiro flashback. Uma maneira engraçada, diferente e deveras inteligente de contar a história, fazendo-nos recuar aos momentos, às decisões e às acções que nos fizeram acordar dentro de um comboio destruído. Nathan Drake encontra-se agora numa bela praia, a beber uma cerveja e a descontrair do pouco tempo que lhe restaria até entrar em mais uma arriscada caça ao tesouro. A trama de Uncharted 2 pode não ser a mais original. O conceito de Indiana Jones continua presente, com uma veia de Tom Raider a perseguir-nos. Among Thieves conta com algumas surpresas, plot twists e um humor que caracterizou o nosso homem e Drake’s Fortune. Momentos esses que apimentam e balanceiam uma acção fervorosa de explosões, corridas e morte ao inimigo.
Em contraste com o primeiro jogo, sentimos talvez um agravamento de falta de perigo, de percorrermos uma floresta apenas a contarmos com nós próprios. Agora, contamos com uma história salientada com muito Hollywood na sua criação. Sentimos por vezes falta até da personagem mais carismática e menos comercial que Nathan Drake se apresentou ao mundo – algo maravilhoso e muito bem edificado que se converteu ponto-chave de Drake’s Fortune.
Os prédios contêm fissuras, ruínas, interiores. Os espaços outdoor são recriados com o máximo detalhe: carros, muralhas, água ou neve. Despachamos o mais rapidamente os nossos inimigos e finalmente damos uma volta com a personagem. Olhamos e voltamos a olhar melhor. Não queremos acreditar e voltamos a nós e relembram-nos que afinal aquilo é um videojogo. Os gráficos de Among Thieves são assim.
Drake’s Fortune contava apenas com um estilo de jogo e de táctica: correr, proteger e disparar. E para nosso bem, Uncharted 2 renovou e implementou essa fórmula. E falamos da corrente stealth que percorre todo o jogo. E temos assim duas maneiras de concluir as nossas missões: entrar sorrateiramente num edifício e acabar com os nossos inimigos silenciosamente ou então fazer como sempre fizemos em Drake’s Fortune: entrar a matar. Tudo isto faz com que a acção ganhe numa perca de rotina e monotonia na conclusão de cada tarefa, obrigando-nos muitas vezes a pensar antes de agir – apesar de esse (ainda) não ser o propósito nem objectivo geral do jogo.
Passaram umas quantas horas de jogo: estamos agora entre montanhas onde o gelo e a neve servem de hostes; atravessamos plataforma atrás de plataforma para chegar ao nosso intento. Visionamos atentamente o que nos rodeia, tentando apreciar cada ponto que aparece no ecrã, mas sem o resultado pretendido. A jogabilidade de Nathan Drake foi também ela refinada neste segundo jogo da saga. Torna-se mais fácil orientar para onde queremos saltar, cair, andar ou mesmo fazer cover – apesar de muitas vezes continuar a ser frustrante fazer algumas destes actos, que se confundem uns com os outros em momentos de maior intensidade. No entanto, nota-se uma tentativa de melhoramento redobrado e tivemos isso em conta.
Os diálogos estão agora a florescer, as explicações, as despedidas, mais uns momentos de humor e Nathan Drake acaba finalmente mais uma aventura; perante uma paisagem sobre o passado corrido, de circunstâncias vividas, de ambientes entre ladrões, amores inoportunos e amizades ganhas. Among Thieves acaba com uma longevidade dentro do normal – idêntica ao do seu antecessor. Restam-nos ainda uns quantos tesouros para apanhar, dificuldades por desbloquear e objectivos a alcançar, para que no final possamos dizer que aproveitámos da melhor maneira tudo que Uncharted 2 pode oferecer.
Apesar disso, a Naughty Dog preparou para o jogador mais uma agradável surpresa – se calhar a melhor delas todas! Uncharted 2: AT é também ele um meio para se jogar online. Através dos cenários e sítios do globo por onde passeamos na Campanha, o Multiplayer de Uncharted é um dos pontos mais favoráveis de todo o jogo. Cativante, rotineiro mas pouco cansativo são algumas das características que nos podem fazer passar mais um par de horas sentados no sofá agarrados ao comando.
Juntando o melhor que o single-player nos ofereceu, desde gráficos brilhantes a uma jogabilidade rápida, robusta e fácil de manusear até aos habituais e viciantes modos multiplayer, como Deathmatch, Elimination e até objectivos em Co-Op, fazem deste alargamento de longevidade um ponto muito positivo.
É o marco da nova geração. Inicia-se aqui o ponto de partida e o jogo a qual se vai comparar qualquer outro, tamanho da sua grandeza como obra cinematográfica e obra videojogável. O conciliar de dois meios num só: Uncharted 2: Among Theives!
9/10
Depois de voltarmos a nós, de repormos forças, começamos uma série de movimentos onde Drake esforça-se a todo o custo para sair daquele beco sem saída. Aqui temos outro ponto importante – o meio ambiente de Among Thieves. Os cenários fazem parte da história, quer se queira quer não e neste segundo título viajamos por paisagens recriadas até ao mais exíguo detalhe que fazem dos ambientes em Uncharted 2 um meio envolvente em toda acção, de nos obrigar a parar mais que uma vez, entre tiros e covers, para um olhar mais atento aquilo que se passa à nossa volta.
Passamos um carril, saltamos para outro. Voltamos a escorregar e quase desaparecemos entre as nuvens, até que saltamos para o abismo e miraculosamente alcançamos terra firme. E depois, dá-se o primeiro flashback. Uma maneira engraçada, diferente e deveras inteligente de contar a história, fazendo-nos recuar aos momentos, às decisões e às acções que nos fizeram acordar dentro de um comboio destruído. Nathan Drake encontra-se agora numa bela praia, a beber uma cerveja e a descontrair do pouco tempo que lhe restaria até entrar em mais uma arriscada caça ao tesouro. A trama de Uncharted 2 pode não ser a mais original. O conceito de Indiana Jones continua presente, com uma veia de Tom Raider a perseguir-nos. Among Thieves conta com algumas surpresas, plot twists e um humor que caracterizou o nosso homem e Drake’s Fortune. Momentos esses que apimentam e balanceiam uma acção fervorosa de explosões, corridas e morte ao inimigo.
Em contraste com o primeiro jogo, sentimos talvez um agravamento de falta de perigo, de percorrermos uma floresta apenas a contarmos com nós próprios. Agora, contamos com uma história salientada com muito Hollywood na sua criação. Sentimos por vezes falta até da personagem mais carismática e menos comercial que Nathan Drake se apresentou ao mundo – algo maravilhoso e muito bem edificado que se converteu ponto-chave de Drake’s Fortune.
Os prédios contêm fissuras, ruínas, interiores. Os espaços outdoor são recriados com o máximo detalhe: carros, muralhas, água ou neve. Despachamos o mais rapidamente os nossos inimigos e finalmente damos uma volta com a personagem. Olhamos e voltamos a olhar melhor. Não queremos acreditar e voltamos a nós e relembram-nos que afinal aquilo é um videojogo. Os gráficos de Among Thieves são assim.
Drake’s Fortune contava apenas com um estilo de jogo e de táctica: correr, proteger e disparar. E para nosso bem, Uncharted 2 renovou e implementou essa fórmula. E falamos da corrente stealth que percorre todo o jogo. E temos assim duas maneiras de concluir as nossas missões: entrar sorrateiramente num edifício e acabar com os nossos inimigos silenciosamente ou então fazer como sempre fizemos em Drake’s Fortune: entrar a matar. Tudo isto faz com que a acção ganhe numa perca de rotina e monotonia na conclusão de cada tarefa, obrigando-nos muitas vezes a pensar antes de agir – apesar de esse (ainda) não ser o propósito nem objectivo geral do jogo.
Passaram umas quantas horas de jogo: estamos agora entre montanhas onde o gelo e a neve servem de hostes; atravessamos plataforma atrás de plataforma para chegar ao nosso intento. Visionamos atentamente o que nos rodeia, tentando apreciar cada ponto que aparece no ecrã, mas sem o resultado pretendido. A jogabilidade de Nathan Drake foi também ela refinada neste segundo jogo da saga. Torna-se mais fácil orientar para onde queremos saltar, cair, andar ou mesmo fazer cover – apesar de muitas vezes continuar a ser frustrante fazer algumas destes actos, que se confundem uns com os outros em momentos de maior intensidade. No entanto, nota-se uma tentativa de melhoramento redobrado e tivemos isso em conta.
Os diálogos estão agora a florescer, as explicações, as despedidas, mais uns momentos de humor e Nathan Drake acaba finalmente mais uma aventura; perante uma paisagem sobre o passado corrido, de circunstâncias vividas, de ambientes entre ladrões, amores inoportunos e amizades ganhas. Among Thieves acaba com uma longevidade dentro do normal – idêntica ao do seu antecessor. Restam-nos ainda uns quantos tesouros para apanhar, dificuldades por desbloquear e objectivos a alcançar, para que no final possamos dizer que aproveitámos da melhor maneira tudo que Uncharted 2 pode oferecer.
Apesar disso, a Naughty Dog preparou para o jogador mais uma agradável surpresa – se calhar a melhor delas todas! Uncharted 2: AT é também ele um meio para se jogar online. Através dos cenários e sítios do globo por onde passeamos na Campanha, o Multiplayer de Uncharted é um dos pontos mais favoráveis de todo o jogo. Cativante, rotineiro mas pouco cansativo são algumas das características que nos podem fazer passar mais um par de horas sentados no sofá agarrados ao comando.
Juntando o melhor que o single-player nos ofereceu, desde gráficos brilhantes a uma jogabilidade rápida, robusta e fácil de manusear até aos habituais e viciantes modos multiplayer, como Deathmatch, Elimination e até objectivos em Co-Op, fazem deste alargamento de longevidade um ponto muito positivo.
É o marco da nova geração. Inicia-se aqui o ponto de partida e o jogo a qual se vai comparar qualquer outro, tamanho da sua grandeza como obra cinematográfica e obra videojogável. O conciliar de dois meios num só: Uncharted 2: Among Theives!
9/10
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